Os cristãos não se distinguem do resto da humanidade por consideração como pátria, idioma ou costumes...
Vivem em seus próprios países, mas como forasteiros.
Desfrutam de todas suas responsabilidades como cidadãos; sofrem tudo como estrangeiros.
Cada terra estrangeira é sua pátria nativa, cada lugar nativo é o estrangeiro...Passam a vida na terra; mas são cidadãos do céu.
Obedecem as leis estabelecidas, mas em suas vidas cumprem além do que as leis estipulam.
Amam a todos os homens; e por todos são perseguidos.
Não são compreendidos, e sim condenados.
São assassinados, e, no entanto, são vivificados...
De modo geral, pode-se dizer que os cristãos são para o mundo aquilo que o espírito é para o corpo.
O espírito está difundido por todas as partes do corpo e os cristãos estão dispersos pelas cidades do mundo.
O espírito habita no corpo, mas não pertence a ele; os cristãos habitam no mundo, mas não fazem parte dele.
A carne odeia o espírito, e, embora esse não lhe faça mal, luta contra ele, posto que por ele a carne é impedida de desfrutar de seus prazeres; semelhantemente, o mundo odeia os cristãos embora estes não lhes façam mal algum, mas só por que se opõem aos prazeres do mundo.
O espírito ama a carne que a despreza; os cristãos amam aqueles que os perseguem.
O espírito está encerrado no corpo, e é quem sustenta o corpo; os cristãos são detidos, como que em custódia, pelo mundo, e são eles que sustem o mundo.
O espírito imortal habita numa moradia mortal; os cristãos imortais peregrinam entre as coisas condenadas a corrupção que há no mundo.
Quando o espírito é mal tratado, no que concerne alimento e bebida, (jejum) melhora; os cristãos, sobe um castigo diuturno florescem cada vez mais.
Essa é a alta posição para qual Deus os apontou e não lhes é permitido se isentarem.
"Um cristão anônimo, que viveu cerca de há 1.800 anos atrás escreveu esta, “uma das mais perfeitas composições literárias que nos vieram dos tempos antigos”.
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